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Biodiversidade na mesa do brasileiro

Implementação de um banco de informações nutricionais, cursos sobre biodiversidade e série de livros com espécies nativas brasileiras fazem parte do legado do projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN).

 

Brasília – Nesta quarta-feira (10), membros do Comitê Nacional de Coordenação do Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (Projeto BFN, da sigla em inglês) reuniram-se para divulgar atividades e produtos originados pela iniciativa. Coordenado pela Secretaria de Biodiversidade (SBio) em parceria com a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR), o projeto foi lançado em 2012 para valorizar espécies da biodiversidade na alimentação. Esta foi a quinta e última reunião da comitê nacional do projeto. A reunião final do Comitê Internacional de Coordenação do BFN acontecerá na Turquia, no final de outubro.

Além do Banco de Dados de Composição Nutricional da Biodiversidade Brasileira, o comitê apresentou o curso online “Integração da Biodiversidade para Alimentação e Nutrição” e dois livros com informações e receitas com espécies brasileiras. “Queremos dar sentido à biodiversidade e transformar o processo de preocupação ambiental”, explicou o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio ambiente, Fernando Lyrio. “Desenvolvimento sustentável é quase um clichê que poucos entendem. O projeto é uma síntese do que é biodiversidade.”

Lídio Coradin, diretor nacional do Projeto BFN, explicou ainda que, além de ampliar o conhecimento sobre os benefícios nutricionais da biodiversidade e o papel da conservação e do uso sustentável, o BFN foi bem sucedido em seu objetivo de aumentar a conscientização sobre a importância da biodiversidade para a segurança alimentar e nutricional. “Cumprimos nossa missão e fomos muito além. Mostramos a forte ligação entre biodiversidade, nutrição e alimentação”.

INFORMAÇÕES CATALOGADAS

O Banco de Dados de Composição Nutricional da Biodiversidade Brasileira (Ferramenta Biodiversidade & Nutrição do SiBBr/MCTIC) foi um dos grandes destaques da reta final do projeto. A ideia é que os dados de composição nutricional, além de receitas prontas, contribuam para ajudar a população a ter mais informações sobre o que se está consumindo.

Subsídios para pesquisas científicas e para a implementação de políticas públicas são outros benefícios do banco, segundo Fernando Lyrio. “Nosso grande esforço não é só conservar a biodiversidade, mas fazer com que isso se traduza em emprego e desenvolvimento econômico”, completou o secretário do ministério. “É um processo que vai além do MMA: ele interessa à sociedade como um todo”.

O curso online “Integração da Biodiversidade para Alimentação e Nutrição” foi outra iniciativa elaborada pelo BFN. O uso sustentável da biodiversidade em áreas como a educação (alimentação escolar), saúde e agricultura é o viés principal das aulas, que estarão disponíveis em português e inglês. “Queremos estimular o olhar para a biodiversidade como fonte nutricional de modo geral, para que as pessoas conheçam e saibam como usufruir dela de forma sustentável”, frisou Lidio Coradin. “Essa é uma ferramenta de nível internacional”, completou.

Voltados para pessoas com ensino superior, os cursos abordarão conceitos básicos de biodiversidade, como etapas da cadeia produtiva e a ligação da biodiversidade com produtores e com o mercado. A previsão é que as aulas estejam disponíveis até o fim de 2018.

RECEITAS DO BRASIL

Outro produto anunciado na reunião foi o livro “Espécies Nativas da Flora Brasileira de Valor Econômico Atual ou Potencial – Plantas para o Futuro – Região Nordeste”. A previsão é que o livro seja oficialmente lançado até o fim do mês, em formato digital. O volume faz parte de uma série de livros com espécies nativas das regiões brasileiras.

O Nordeste é a terceira região contemplada pela coletânea, que já conta com a versão da região Sul, impresso em 2011, e com a do Centro-Oeste, ainda em fase de impressão de dois mil exemplares. As versões digitais dos livros das regiões Norte e Sudeste serão lançadas até o fim do ano. Além da ficha técnica das espécies, o livro trará receitas de cardápios completos, com entrada, prato principal e sobremesa, além de receitas-base, como maioneses e licores.

O livro de receitas “Biodiversidade do Brasil: Sabores e Aromas” também foi destacado na reunião. Os pesquisadores basearam-se em 64 espécies nativas da flora brasileira para criar 335 receitas. O objetivo principal foi estimular a alimentação adequada, saudável e sustentável, além de fomentar o resgate das culturas de cada região.

O BFN é um projeto global (Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia), financiado pelo GEF, com duas agências implementadoras, FAO e ONU Meio Ambiente, o que não é comum, mas foi assim decidido por envolver aspectos sobre nutrição e meio ambiente. A agência executora do Projeto é a Bioversity International (nome operativo do IPGRI), localizada em Roma.

O projeto tem objetivos voltados para o meio ambiente (conservação e uso sustentável da biodiversidade) e para as áreas de saúde e nutrição, além de proporcionar ganhos para o desenvolvimento social e agrário, redução da pobreza e alimentação escolar. Uma das principais metas do BFN foi integrar a biodiversidade nas atividades de iniciativas públicas federais já existentes.

No Brasil, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) exerce a função de administrador financeiro do projeto.

Fonte: Ascom/MMA

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